terça-feira, 2 de setembro de 2008

Quem realmente somos...

Quem realmente somos...


Durante muito tempo na obscuridade as travestis e transexuais, figuras tidas como personagens do submundo, adquiriram uma imagem negativa, marginal que generalizava toda a classe. Eu mesma durante a minha infância não sentia nenhuma identificação com a figura de um travesti… qd ainda morava em João pessoa e passava de carro com meus pais pelas avenidas onde víamos várias delas trabalhando na prostituição eu jamais imaginaria que um dia viria a me tornar alguém daquele mundo… penso ainda que não me tornei, embora tenha vivido dentro dele durante estes últimos anos, não me identifico com ele nem um pouco. Naquela época qd via as travestis na rua, as enxergava somente como mulheres prostitutas, qd me diziam que eram homens eu não entendia como poderiam ser… na minha inocência o que eu via era mulheres que ganhavam a vida a noite nas ruas… jamais poderia me identificar com aquele tipo de mulher, o mundo feminino que já habitava dentro de mim, e eu tinha consciência dele, se referia as mulheres com as quais eu convivia, mãe, irmãs, amigas de escola…
A primeira travesti que me causou algo parecido como “ eu poderia ser como ela”… foi já morando no Rio de Janeiro qd estuvava ballet. Um dia qd eu estava num quiosque em Copacabana frequentado pelo público GLS, vi um casal chegando para lanchar, era uma moça linda e um rapaz jovem, eu sabia que se tratava de uma transexual com seu namorado… ela era linda, tinha uma atitude distinta, estava vestida como uma moça comum e não como uma “prostituta” como as que eu estava habituada a ver… fiquei impressionada e pensei “ eu tb posso ser este tipo de mulher”…
Achei uma reportagem em 3 partes no youtube que agora coloco aqui pra vcs… nesse vídeo as transexuais falam sobre suas vidas, suas escolhas, como as tomaram e transportam um pouquinho do mundo de uma transexual, mulher transexual, aquilo que eu sou, que somos, eu.. elas e tantas outras que pagam o preço da imagem mítica que foi construída ao longo destes anos todos de “vida a margem”, uma imagem que jamais poderia ter sido estendida a toda uma classe … uma grande injustiça.
Apenas um a parte: por isso revenrencio o surgimento da Roberta Close nos anos 80... alguém que conseguiu pela primeira vez ligar a imagem da transexual a idéia de beleza, de mulher…
Trago aqui um trexo da tese de Jorge Leite Júnior para PUC-SP:

Não por acaso … “No Brasil, desde os anos 80 existem revistas de bolso com fotos importadas de
travestis fazendo sexo, como Transex (Ônix) ou Trans Men’s (Kirótica). Em 1994, a
revista de mulheres nuas BigMan Internacional (Ed. Ondas, São Paulo), voltada para o público heterossexual de classe média baixa, lança uma edição especial chamada
Travestis. Algumas das mais belas apareciam em um produto de qualidade gráfica, com formato grande e fotos sensuais sem imagens de sexo explícito, apenas nudez. Pela primeira vez, travestis brasileiras eram apresentadas com o mesmo status de modelos mulheres. O sucesso foi tão grande que gerou além da continuidade da revista, uma série de fitas de vídeo. Em 2005, esta revista deixou de ser produzida no número 48, segundo a editora, por razões de mercado. Neste mesmo período, o mercado de filmes e revistas com travestis já está consolidado, com vários títulos novos – principalmente nacionais - disponíveis todos os meses nas bancas de revistas do país. Atualmente, existe uma grande produção de vídeos pornôs nacionais apresentando somente travestis, sendo que muitos são voltados exclusivamente para o mercado externo, embora seu consumo em nosso país cresça a passos largos.
Apesar disso, as travestis ainda são entendidas como corpos intrusos na ordem social.
A produção pornô, ao abrir novas áreas de trabalho facilitando a “tolerância” para com
elas através da beleza de sua aparência, também reforça o preconceito ao associá-las ao universo da representação obscena. Se o status de estrela pornô enfraquece a relação imaginária com a criminalidade de rua, reforça a estigmatização pelo viés da associação com a pornografia. Ao encarnarem para o imaginário social as estigmatizadas associações entre perversidade sexual, delinqüência, espetacularização dos prazeres eróticos e pornografia num único corpo conscientemente forjado, esta “intolerável ambigüidade” paga o terrível preço de conviver com o fascínio carregado de ódio, a desqualificação de seus desejos e a inferiorização de seus gozos.”

Os vídeos…espero que gostem!!




"Nosso primeiro e último amor... é o amor próprio!"
Bjuxxx... deixem seus comentários!

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